Título: Garota em pedaços
Autora: Kathleen Glasgow
Editora: Planeta
(Selo Outro Planeta)
Número de páginas: 384
Quando o plano de saúde de sua mãe suspende seu tratamento numa clínica psiquiátrica – para onde foi após se cortar até quase ficar sem vida –, Charlotte Davis troca a gelada Minneapolis pela ensolarada Tucson, no Arizona (EUA), na tentativa de superar seus medos e decepções. Apesar do esforço em acertar, nessa nova fase da vida ela acaba se envolvendo com uma série de tipos não muito inspiradores. Cansada de se alimentar do sofrimento, a jovem se imbui de uma enorme força de vontade e decide viver e não mais sobreviver. Para fugir do círculo vicioso da dor, Charlotte usa seu talento para o desenho e foca em algo produtivo, embarcando de cabeça no mundo das artes. Esse é o caminho que ela traça em busca da cura para as feridas deixadas por suas perdas e os cortes profundos e reais que imprimiu em seu corpo. Romance de estreia de Katlheen Glasgow, que figurou na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times e dos melhores livros do ano de 2016 da Amazon (EUA) e da revista TeenVogue. Nele, os leitores vão se emocionar e se inspirar na história da adolescente de 17 anos que, por conta de sofrer de Transtorno do Controle do Impulso, pratica o “cutting” – um distúrbio que afeta um grande número de jovens brasileiros e também personalidades do universo teen, como Demi Lovato e Britney Spears, entre outras.
Charlie Davis é uma garota de 17 anos que parece ter vivido bem mais do que isso. O pai dela está morto, o relacionamento com sua mãe é terrível, e ela acaba sendo expulsa de casa. Vive um tempo na rua e passa por experiências completamente aterrorizantes. A garota não é capaz de aguentar tudo o que o mundo faz com ela, e acaba decidindo que merece punição por ser um lixo - e essa punição ela inflige a si mesma por meio de automutilação, principalmente através de cortes em sua pele.
Quando alguém nos machuca ou nos faz sentir mal ou indigna ou imunda, em vez de dar o passo racional de aceitar que a pessoa é babaca ou maluca (...) e que devemos ficar longe pra caralho dela, nós internalizamos a agressão e começamos a culpar e punir a nós mesmas. (...) Eu me corto porque não consigo lidar com as coisas. (...) Preciso de libertação, preciso me machucar mais do que o mundo pode me machucar. Só assim posso me reconfortar.