Título: O Sal da Vida
Autora: Françoise Héritier
Tradução: Maria Alice A. de Sampaio Dória
Existe uma forma de leveza e de graça no simples fato de existir, que vai além das ocupações, além dos sentimentos poderosos e dos engajamentos políticos. É sobre isso que este livro fala. Sobre esse pequeno plus que nos é dado a todos: O Sal da Vida. Nesta meditação, nesta espécie de poema em prosa em homenagem à vida, totalmente íntimo e sensorial, a renomada antropóloga Françoise Héritier vai atrás das pequenas coisas agradáveis (às vezes nem tanto) às quais aspira o mais profundo do nosso ser: as imagens e as emoções, os momentos marcados de recordações que dão sabor à vida, que a tornam mais rica e mais interessante do que muitas vezes acreditamos que ela seja, e que nada nem ninguém poderá nos tirar, nunca, jamais! Publicado, entre outros países, na Alemanha, Inglaterra, Japão, Portugal, Espanha, Itália (onde, assim como na França, se tornou um best-seller), O Sal da Vida é para ser saboreado e devorado, lido e relido ad aeternum. Um livro que permanecerá para sempre vivo em sua memória.
Vou presumir que o que está escrito na apresentação do livro seja real para começar essa resenha, ok, gente? rs... Fiquei um pouco confusa pelo fato da autora dizer que o texto é uma "fantasia" (e as aspas são dela). Logo depois, diz que ele tem uma história, o que me faz acreditar que o próximo parágrafo corresponde ao que aconteceu de verdade.
A inspiração para escrever O Sal da Vida veio quando a Françoise recebeu um cartão-postal de uma pessoa muito querida para ela, que começava assim: "Uma semana roubada de férias na Escócia.". Isso a fez pensar sobre quem estava roubando o que de quem; afinal, o normal seria todos termos direito a um tempo de descanso... Ou não? Para demonstrar isso, ela começou a listar as coisas que seriam o sal de sua vida. Aquilo que faz esse mundo ter muito mais graça.
O livro apresenta grandes listas divididas por datas, escritas durante dois meses, em que a autora divide com a gente coisas que fizeram parte de sua vida e que a transformaram em quem ela é. Ela não cita apenas coisas boas, e sim coisas que ela considerou que mereciam ser listadas: "sensações, percepções, emoções, pequenos prazeres, grandes alegrias, às vezes profundas desilusões e mesmo dores".
Eu quis ir atrás da força imperceptível que nos impulsiona e que nos define.